
O preço da energia elétrica no Brasil está prestes a ter um reajuste significativo. A Agência Nacional de Energia Elétrica A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou para 6,3% a projeção de aumento da conta de luz para 2025. Esse novo índice, divulgado no boletim InfoTarifa, representa um salto significativo em relação à estimativa anterior de 3,5% e ultrapassa a previsão de inflação de 5,05% para o ano, de acordo com o último Boletim Focus do Banco Central. A elevação reforça a tendência de alta no preço da eletricidade e acende um alerta para os consumidores brasileiros.
O principal motivo por trás desse reajuste na tarifa de energia é o encarecimento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A Aneel aprovou um orçamento de R$ 8,6 bilhões para a CDE, um valor que superou as expectativas. Esse encargo é fundamental para financiar programas de subsídio, como a Tarifa Social de Energia Elétrica, a universalização do acesso e o desenvolvimento de fontes renováveis. No entanto, o custo é repassado diretamente para a conta de energia, impactando o bolso de milhões de brasileiros.
Outro fator que contribuiu para a alta na projeção foi a inflação. O relatório da Aneel considerou o efeito médio anual de 1,3% no Índice Geral de Preços (IGP-M) e de 5,1% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses índices de preços refletem os custos operacionais das distribuidoras de energia, que por sua vez são repassados aos consumidores. A combinação da alta da CDE com os índices inflacionários cria um cenário desfavorável para o preço da eletricidade.
Além dos reajustes anuais, as bandeiras tarifárias também têm influenciado o custo final da conta de energia. Elas servem para sinalizar o nível de geração de energia no país e são acionadas quando a situação hídrica das usinas hidrelétricas está em baixa, exigindo o uso de usinas termelétricas, que produzem energia mais cara. O boletim InfoTarifa mostrou o impacto recente dessas bandeiras: em maio, a bandeira amarela adicionou R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Nos meses seguintes, o cenário se agravou: em junho e julho, a bandeira vermelha patamar 1 custou R$ 4,46, enquanto em agosto, a bandeira vermelha patamar 2 resultou em um aumento na conta de luz de R$ 7,87 por 100 kWh. Esse acréscimo direto nas faturas serve como um lembrete do quão volátil o custo da energia pode ser.
A Aneel lançou o InfoTarifa, uma publicação trimestral, com o objetivo de oferecer mais transparência sobre os reajustes e as revisões tarifárias. Com a projeção de 6,3%, fica claro que o aumento na conta de luz continuará a ser uma preocupação para o consumidor.





