Energia solar vai valer a pena em 2025?

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A energia solar fotovoltaica beneficia mais de 4,3 milhões de consumidores no Brasil, com 3 milhões de instalações em empresas e residências que representam mais de 34 GW de potência operacional. Essa solução torna possível produzir a própria eletricidade e economizar em até 90% na conta de luz.

A complexidade do setor elétrico e mudanças econômicas, políticas e regulatórias podem trazer dúvidas aos consumidores sobre a viabilidade do investimento nessa tecnologia. Porém, mesmo com a perspectiva de aumento do preço dos equipamentos em razão da elevação do imposto de importação, a energia solar seguirá uma ótima opção de investimento em 2025.

O retorno do investimento segue favorável

O aumento de impostos sobre placas solares pode resultar em um aumento de 13% no valor de sistemas residenciais de energia solar no Brasil, aponta estimativa da consultoria Greener. O cálculo leva em conta o incremento da alíquota de importação de 9,6% para 25% e a decisão do governo da China de reduzir de 13% para 9% do benefício fiscal para exportação de painéis solares.

Utilizando um sistema de 4 kWp como parâmetro, a análise estima um aumento médio de quase 26% nos preços dos módulos fotovoltaicos. Nessas condições, a demora do retorno do investimento aumentaria em 6,71%, passando de 3 para 3,2 anos.

Porém, os preços dos sistemas de energia solar passaram por uma forte redução nos últimos dois anos, com o payback sendo reduzido em 22,5% entre junho de 2023 e junho de 2024, saindo de 3,4 para 3 anos.

Ou seja: mesmo com o aumento do imposto de importação, o retorno de investimento em energia solar em 2025 será mais favorável do que o patamar registrado em 2023 e com uma diferença pouco expressiva em relação a 2024.

A conta de luz não vai parar de subir

O Brasil vivenciou um cenário de escassez de chuvas em 2024, o que resultou em redução nos níveis dos reservatórios de hidrelétricas e maior operação das termelétricas, com energia mais cara. A situação climática fez com que uma sequência de bandeiras tarifárias verdes de mais de dois anos, iniciada em abril de 2022, fosse interrompida em julho de 2024, com o acionamento das bandeiras amarela, vermelha patamar 1 e patamar 2 em quatro meses do ano.

Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15, divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (27/12), mostram que a tarifa de energia elétrica residencial acumulou aumento de 1,37% no ano. O aumento parece pequeno, mas é relativo a 2023, que foi marcado por revisões tarifárias periódicas que elevaram de forma significativa os valores cobrados pelas distribuidoras e resultaram em uma alta acumulada bem acima da inflação daquele ano.

Para 2025, a perspectiva é de um cenário hidrológico mais favorável. Mas, por ineficiências do sistema elétrico brasileiro, a conta de luz sempre ficará mais cara para o consumidor. Apesar de reduções pontuais em alguns momentos, a trajetória de longo prazo é de aumento, com a tarifa média residencial acumulando alta de mais de 100% entre 2014 e 2024, de acordo com informações do Ministério de Minas e Energia (MME).

Um dos motivos para isso são os subsídios direcionados ao setor, que são, em grande parte, pagos pelos consumidores por meio das tarifas de energia. Para 2025, a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) colocada em consulta pública, prevê um orçamento de R$ 40,6 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o que representa um aumento de 9,23% em comparação ao estipulado em 2024.

O valor da tarifa de eletricidade é justamente um dos componentes mais importantes para o cálculo do retorno do investimento em energia solar. Quanto mais alta ela for, mais o consumidor vai economizar com o uso do sistema fotovoltaico e mais rápido será o payback.

É importante lembrar que as placas solares têm vida útil média de 25 anos, o que significa que você estará protegido no longo prazo em momentos de explosão tarifária, algo que a história mostra não ser incomum no Brasil.

fonte: portalsolar.com.br

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