A energia solar ultrapassou a marca de 27 GW na geração distribuída (GD) no Brasil, mostra levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A modalidade permite que residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos produzam a própria eletricidade por meio de painéis solares instalados em telhados ou terrenos.
Segundo mapeamento da entidade, o país conta com mais de 3,4 milhões de unidades consumidoras atendidas por de 2,4 milhões de sistemas fotovoltaicos. Desde 2012, foram cerca de R$ 135,5 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 810,6 mil empregos acumulados e uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 32,7 bilhões.
A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.545 municípios e em todos os estados brasileiros. A geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos ajuda a reduzir custos para todos os consumidores de energia elétrica no país.
Benefícios ao sistema elétrico
Ao calcular os custos e benefícios da chamada geração distribuída, estudo recente da consultoria especializada Volt Robotics, encomendado pela Absolar, concluiu que a economia líquida na conta de luz de todos os brasileiros é de mais de R$ 84,9 bilhões até 2031.
De acordo com o estudo, os benefícios líquidos da geração distribuída equivalem a um valor médio de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) na estrutura do sistema elétrico nacional, ante a uma tarifa média residencial de R$ 729 por MWh no país.
O objetivo do estudo foi calcular os custos e benefícios da microgeração e da minigeração distribuída, de acordo com o artigo 17 da Lei nº 14.300, de 6 de janeiro de 2022, que estabeleceu o marco legal do segmento.
Para o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, com a energia solar, o país pode, em pouco tempo, tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa e renovável. “Embora as 3,4 milhões de unidades consumidoras abastecidas com energia solar seja motivo de comemoração, há ainda muito espaço para crescer, já que o Brasil possui cerca de 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo.”
“Devemos seguir o exemplo de países mais desenvolvidos nesta área, em especial a Austrália, que, com boas políticas públicas, tornou-se referência global no uso da energia solar em residências e empresas, com cerca de um entre três unidades consumidoras naquele país atendidas por sistemas fotovoltaicos”, ressaltou Koloszuk.
Economia e sustentabilidade
Já o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, apontou que o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros. “A geração própria instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos, diretamente nos centros urbanos e de consumo, ajuda a fortalecer e traz mais resiliência à rede elétrica, ao concentrar a geração de eletricidade próximo dos locais de consumo.”
“Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos. A fonte solar é, portanto, uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país. O crescimento da geração própria da energia fotovoltaica também amplia a atração de capital e impulsiona a geração de mais emprego e renda aos brasileiros”, concluiu Sauaia.