Importação de painéis solares supera 20 GW no Brasil em 2023

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O Brasil importou 20,6 GW em painéis solares da China em 2023, volume 15% superior ao totalizado em 2022, mostra levantamento da consultoria InfoLink Consulting. Somente em dezembro, o país registrou a entrada de 2,1 GW em módulos fotovoltaicos, respondendo por 80% das importações do continente americano no período.

Assim como em novembro, as compras externas foram impulsionadas por projetos de minigeração distribuída que necessitam cumprir prazos de conexão para garantir regras de compensação mais vantajosas, conforme estabelecido pela Lei 14.300. Outro fator foi o aumento do imposto de importação de 6% para 10,8% a partir de 1º de janeiro, o que provocou uma antecipação do mercado.

Apesar do cancelamento de alguns ex-tarifários e o aumento de imposto, os custos médios não devem apresentar aumento significativo, em razão da queda de preços dos painéis solares e das cotas de importação isenta de tarifas, estabelecidas pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para permitir a adaptação do setor.

Conforme a análise, uma menor demanda de projetos de geração distribuída deve afetar as importações no primeiro trimestre de 2024. Por outro lado, a InfoLink Consulting avalia que um momento mais aquecido no segmento de geração centralizada pode levar a um crescimento da procura por módulos fotovoltaicos no Brasil.

Investimentos de R$ 60 bilhões

Outro levantamento, realizado pela consultoria Greener, apontou que o volume de importações de placas solares no Brasil foi de 17,5 GW em 2023, o suficiente para viabilizar investimentos superiores a R$ 60 bilhões no mercado de energia solar. A análise destacou que houve uma redução de apenas 1,7% no volume importado em relação a ao ano recorde de 2022, indicando uma estabilização do setor.

Exportações da China avançam

A InfoLink Consulting estima que, em 2023, a China exportou 208 GW em painéis solares, um avanço de 34% em relação ao ano anterior. O levantamento aponta que, apesar da alta nos estoques em diversos mercados, as compras foram sustentadas no quarto trimestre em níveis similares aos anteriores. No final do ano, com a baixa sazonalidade na Europa e Estados Unidos, Índia e Brasil se tornaram os principais polos de importação global.

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